Uma das mais contundentes críticas ao discurso da aptidão física relacionada à saúde está no caráter eminentemente individual de suas propostas, o que serve para obscurecer outros determinantes da saúde. Ou seja, costuma-se apresentar o indivíduo como o problema e a mudança do estilo de vida como a solução. Argumenta-se ainda que o movimento da aptidão física relacionada à saúde considera a existência de uma cultura homogênea na qual todos seriam livres para escolher seus estilos de vida, o que não condiz com a realidade. O fato é que vivemos numa sociedade dividida em classes sociais, na qual nem todas as pessoas têm condições econômicas para adotar um estilo de vida ativo e saudável. Há desigualdades estruturais com raízes políticas, econômicas e sociais que dificultam a adoção desses estilos de vida.
FERREIRA, M. S. Aptidão física e saúde na educação física escolar: ampliando o enfoque. RBCE, n. 2, jan. 2001 (adaptado).
Com base no texto, a relação entre saúde e estilos de vida
A) constrói a ideia de que a mudança individual de hábitos promove a saúde.
B) considera a homogeneidade da escolha de hábitos saudáveis pelas indivíduos.
C) reforça a necessidade de solucionar os problemas de saúde da sociedade com a prática de exercícios.
D) problematiza a organização social e seu impacto na mudança de hábitos dos indivíduos.
E) reproduz a noção de que a melhoria da aptidão física pela prática de exercícios promove a saúde.
Solução
A ideia de que todos podem facilmente adotar um estilo de vida saudável é desafiado pelo texto, apontando que muitas pessoas não têm essa opção devido a condições econômicas limitadas, além de criticar a visão simplista de que a promoção da saúde depende apenas de ações individuais. O trecho final (“Há desigualdades estruturais com raízes políticas, econômicas e sociais que dificultam a adoção desses estilos de vida.”) reforça essa crítica, mostrando como essas desigualdades dificultam o acesso a uma vida ativa e saudável.
Alternativa D