A concepção tecnocrata está associada à fé em mercados — não necessariamente no capitalismo livre, laissez-faire, mas uma crença mais ampla de que mecanismos de mercado são os principais instrumentos para alcançar o bem público. Esse modo de pensar é tecnocrático, no sentido de que esvazia o discurso público de argumentos substantivamente morais e questões ideologicamente contestáveis como se fossem assuntos de eficiência econômica, domínio de especialistas. A verdadeira divisão, argumentaram eles, não era mais esquerda versus direita, mas aberto versus fechado. Isso insinuava que os contrários à terceirização, tratados de livre-comércio e fluxos de capitais irrestritos eram pessoas de mente fechada, não de mente aberta; eram tribais, não globais.
SANDEL, M. J. A tirania do mérito: o que aconteceu ao bem comum?
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2020 (adaptado).
A crítica ao modelo de pensamento apresentado no texto fundamenta-se na postura de desvalorização do(a)
A) sistema financeiro.
B) participação política.
C) intercâmbio comercial.
D) produção exportadora.
E) comportamento diplomático
Solução
A crítica ao modelo de pensamento apresentado no texto se baseia na desvalorização da participação política. O texto sugere que a concepção tecnocrata reduz questões morais e ideológicas a meros problemas de eficiência econômica, deslocando o debate público e as decisões políticas para o domínio dos especialistas e mecanismos de mercado. Isso desconsidera a importância da participação política ativa e do debate público na definição de políticas que afetam o bem comum.
Alternativa B