O testemunho nunca é um relato exato do que aconteceu. Na verdade, ao expor seu passado, o sujeito está sempre procedendo a uma reelaboração pela qual memórias tidas como negativas podem, consciente ou inconscientemente, ser esquecidas. Em certos momentos, simplesmente para seguir em frente, é preciso esquecer.
VASCONCELOS, C. B. As análises da memória: balanço e possibilidades.
Estudos Históricos, n. 43, jan.-jun. 2009 (adaptado).
O texto ressalta um aspecto fundamental da produção de memória ao identificá-la como
A) constituída de intuições do narrador.
B) dissociada do contexto de surgimento.
C) marcada pela seletividade das lembranças.
D) caracterizada pela uniformidade dos relatos.
E) resultado do compartilhamento das vivências.
Solução
A construção da historiografia a partir de relatos, frequentemente orais, enfrenta o desafio da seletividade dos sujeitos históricos. Isso se refere ao fato de que aqueles que testemunharam um evento muitas vezes escolhem relatar apenas alguns aspectos enquanto omitem outros, o que pode influenciar e limitar a compreensão completa e objetiva do ocorrido.
Alternativa C