A identificação simbólica que existe na cultura esportiva pode ser um fator determinante nas ações potencialmente agressivas dos espectadores e torcedores de futebol. Essa identificação em indivíduos que não têm uma identidade própria pode levá-los a não perceber os limites entre a sua vida e a sua equipe, ou entre a sua vida e a vida de um ídolo (jogador), e, dessa forma, passar a viver suas emoções basicamente por meio de acontecimentos esportivos, do sucesso e da derrota de seu clube predileto. Alguns dos torcedores organizados dedicam a vida à sua torcida. Vivem para ela e, por ela, chegam a perder qualquer outra referência, pois é essa experiência compensatória que lhes dá identidade. A probabilidade de um indivíduo se tornar um torcedor fanático está diretamente relacionada com a construção da sua identidade. Por isso, é imprescindível o desenvolvimento de relações e valores próprios que o ajudarão a delinear o limite entre ele e a sua equipe, ou entre ele e um jogador de futebol.
REIS, H. H. B. Futebol e violência. Campinas: Armazém do Ipê; Autores Associados, 2006 (adaptado).
Partindo da discussão sobre as relações entre o torcedor e seu clube, observa-se que o fanatismo futebolístico
A) deriva da falta de referências para a construção de valores morais em crise na sociedade.
B) está relacionado à fragilidade identitária, o que dificulta a dissociação entre sua vida e a de seu clube ou ídolo.
C) perde sustentação naqueles torcedores organizados que não conseguem separar as esferas pública e privada.
D) decorre do estabelecimento de uma identidade própria do indivíduo, forjada pela tutela do clube e de seus ídolos.
E) é restrito às torcidas jovens, que corrompem a identidade individual de seus torcedores em favor da identidade coletiva.
Solução
O texto discute o fanatismo futebolístico como resultado da fragilidade identitária de alguns torcedores, que passam a viver suas emoções e identidade por meio dos sucessos e fracassos de seu clube ou ídolo. Essa fragilidade faz com que eles não consigam distinguir claramente os limites entre sua própria vida e a vida associada ao clube ou jogador.
Alternativa B