Será que as coisas lhe pareceriam diferentes se, de fato, todas elas existissem apenas na sua mente — se tudo o que você julgasse ser o mundo externo real fosse apenas um sonho ou alucinação gigante, de que você jamais fosse despertar? Se assim fosse, então é claro que você nunca poderia despertar, como faz quando sonha, pois significaria que não há mundo “real” no qual despertar. Logo, não seria exatamente igual a um sonho ou alucinação normal.
NAGEL, T. Uma breve introdução à filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2011.
O texto confere visibilidade a uma doutrina filosófica contemporânea conhecida como:
A) Personalismo, que vincula a realidade circundante aos domínios do pessoal.
B) Falsificacionismo, que estabelece ciclos de problemas para refutar uma conjectura.
C) Falibilismo, que rejeita mecanismos mentais para sustentar uma crença inequívoca.
D) Idealismo, que nega a existência de objetos independentemente do trabalho cognoscente.
E) Solipsismo, que reconhece limitações cognitivas para compreender uma experiência compartilhada.
Solução
O Solipsismo é uma teoria que deriva do princípio “cogito ergo sum” de Descartes, que afirma que a única certeza absoluta é a existência do próprio eu e suas percepções. No entanto, Descartes não se limitou a essa proposição. Ele rejeitou a ideia de que só existem o eu e suas sensações, afirmando que o mundo exterior existe além das nossas percepções. Descartes sustentou que Deus (res divina) é uma substância perfeita e benevolente, cuja existência garante que não estamos sendo iludidos sobre a realidade ao nosso redor (res extensa). Portanto, o Solipsismo, que é uma forma de ceticismo, não é compatível com a visão filosófica de Descartes.
Alternativa E