Tu é um termo que não figura muito bem nos desenvolvimentos modernos e contemporâneos da ética e da política. Com efeito, muitos movimentos revolucionários (que variam do comunismo tradicional ao feminismo da irmandade) parecem compartilhar de um código linguístico curioso baseado na moral intrínseca dos pronomes. O nós é sempre positivo, o vós é um aliado possível, o eles tem o rosto de um antagonista, o eu é impróprio, e o tu é, obviamente, supérfluo.
CAVARERO, A. Relating Narratives apud BUTLER, J. Relatar a si mesmo. Belo Horizonte: Autêntica, 2015 (adaptado).
Um dos principais problemas morais da contemporaneidade, conforme mencionado no texto, reside na dificuldade em
A) construir o diálogo coletivo.
B) demarcar a presença do ego.
C) viabilizar a afetividade pessoal.
D) reconhecer a alteridade singular.
E) ultrapassar a experiência intersubjetiva.
Solução
O trecho do texto sugere que um dos principais problemas morais da contemporaneidade é a dificuldade em reconhecer a alteridade singular. Esse problema emerge da maneira como diferentes identidades e perspectivas são tratadas nas discussões éticas e políticas atuais. O texto menciona que muitos movimentos revolucionários tendem a adotar um código linguístico onde identidades individuais (o eu e o tu) são frequentemente ignoradas ou minimizadas em favor de uma perspectiva coletiva (o nós) ou consideradas antagonistas (o eles). Isso indica uma dificuldade em reconhecer e valorizar as singularidades e diferenças individuais em meio a uma narrativa mais ampla.
Alternativa D