É amplamente conhecida a grande diversidade gastronômica da espécie humana. Frequentemente, essa diversidade é utilizada para classificações depreciativas. Assim, no início do século, os americanos denominavam os franceses de “comedores de rãs”. Os índios kaapor discriminam os timbiras chamando-os pejorativamente de “comedores de cobra”. E a palavra potiguara pode significar realmente “comedores de camarão”. As pessoas não se chocam apenas porque as outras comem coisas variadas, mas também pela maneira que agem à mesa. Como utilizamos garfos, surpreendemo-nos com o uso dos palitos pelos japoneses e das mãos por certos segmentos de nossa sociedade.
LARAIA, R. Cultura: um conceito antropológico. São Paulo: Jorge Zahar, 2001 (adaptado).
O processo de estranhamento citado, com base em um conjunto de representações que grupos ou indivíduos formam sobre outros, tem como causa o(a)
A) reconhecimento mútuo entre povos.
B) etnocentrismo recorrente entre populações.
C) comportamento hostil em zonas de conflito.
D) constatação de agressividade no estado de natureza.
E) transmutação de valores no contexto da modernidade.
Solução
O etnocentrismo é a tendência de avaliar outras culturas a partir dos padrões da própria cultura, o que frequentemente leva a julgamentos e classificações depreciativas das práticas culturais diferentes. No exemplo fornecido, as diferentes maneiras de comer e as preferências alimentares são vistas com estranhamento e até com desdém por grupos externos, que fazem essas observações com base em seus próprios padrões culturais.
Alternativa B