Os próprios senhores de engenho eram uns gulosos de doce e de comidas adocicadas. Houve engenho que ficou com o nome de “Guloso”. E Manuel Tomé de Jesus, no seu Engenho de Noruega, antigo dos Bois, vivia a encomendar doces às doceiras de Santo Antão; vivia a receber presentes de doces de seus compadres. Os bolos feitos em casa pelas negras não chegavam para o gasto. O velho capitão-mor era mesmo que menino por alfenim e cocada. E como estava sempre hospedando frades e padres no seu casarão de Noruega, tinha o cuidado de conservar em casa uma opulência de doces finos.
FREYRE, G. Nordeste: aspectos da influência da cana sobre a vida e a paisagem do Nordeste do Brasil.
Rio de Janeiro: José Olympio, 1985 (adaptado).
O texto relaciona-se a uma prática do Nordeste oitocentista que está evidenciada em:
A) Produção familiar de bens para festejar as datas religiosas.
B) Fabricação escrava de alimentos para manter o domínio das elites.
C) Circulação regional de produtos para garantir as trocas metropolitanas.
D) Criação artesanal de iguarias para assegurar as redes de sociabilidade.
E) Comercialização ambulante de quitutes para reproduzir a tradição portuguesa.
Solução
O texto relaciona-se a uma prática do Nordeste oitocentista que está evidenciada na criação artesanal de iguarias para assegurar as redes de sociabilidade. A descrição detalha como os senhores de engenho mantinham uma abundância de doces finos para receber visitas e reforçar laços sociais, mostrando a importância dessas iguarias na vida social e nas relações entre as elites da época.
Alternativa D