TEXTO I
Documentos do século XVI algumas vezes se referem aos habitantes indígenas como “os brasis”, ou “gente brasília” e, ocasionalmente no século XVII, o termo “brasileiro” era a eles aplicado, mas as referências ao status econômico e jurídico desses eram muito mais populares. Assim, os termos “negro da terra” e “índios” eram utilizados com mais frequência do que qualquer outro.
SCHWARTZ, S. B. Gente da terra braziliense da nação. Pensando o Brasil: a construção de um povo. In: MOTA, C. G. (Org.). Viagem incompleta: a experiência brasileira (1500-2000). São Paulo: Senac, 2000 (adaptado).
TEXTO II
Índio é um conceito construído no processo de conquista da América pelos europeus. Desinteressados pela diversidade cultural, imbuídos de forte preconceito para com o outro, o indivíduo de outras culturas, espanhóis, portugueses, franceses e anglo-saxões terminaram por denominar da mesma forma povos tão díspares quanto os tupinambás e os astecas.
SILVA, K. V.; SILVA, M. H. Dicionário de conceitos históricos. São Paulo: Contexto, 2005.
Ao comparar os textos, as formas de designação dos grupos nativos pelos europeus, durante o período analisado, são reveladoras da
A) concepção idealizada do território, entendido como geograficamente indiferenciado.
B) percepção corrente de uma ancestralidade comum às populações ameríndias.
C) compreensão etnocêntrica acerca das populações dos territórios conquistados.
D) transposição direta das categorias originadas no imaginário medieval.
E) visão utópica configurada a partir de fantasias de riqueza.
Solução
Ambos os textos tratam a figura do índio de forma diminutiva e desrespeitosa. O próprio termo “índio” reflete uma visão equivocada dos europeus, que acreditavam estar nas Índias. Essa denominação evidencia a centralização e a perspectiva etnocêntrica dos europeus em relação aos povos nativos, subestimando e marginalizando suas culturas e identidades.
Alternativa C