TEXTO I
O príncipe D. João VI podia ter decidido ficar em Portugal. Nesse caso, o Brasil com certeza não existiria. A Colônia se fragmentaria, como se fragmentou a parte espanhola da América. Teríamos, em vez do Brasil de hoje, cinco ou seis países distintos. (José Murilo de Carvalho)
TEXTO II
Há no Brasil uma insistência em reforçar o lugar comum segundo o qual foi D. João VI o responsável pela unidade do país. Isso não é verdade. A unidade do Brasil foi construída ao longo do tempo e é, antes de tudo, uma fabricação da Coroa. A ideia de que era preciso fortalecer um Império com os territórios de Portugal e Brasil começou já no século XVIII. (Evaldo Cabral de Mello)
1808 – O primeiro ano do resto de nossas vidas. Folha de S. Paulo, 25 nov. 2007(adaptado).
Em 2008, foi comemorado o bicentenário da chegada da família real portuguesa ao Brasil. Nos textos, dois importantes historiadores brasileiros se posicionam diante de um dos possíveis legados desse episódio para a história do país. O legado discutido e um argumento que sustenta a diferença do primeiro ponto de vista para o segundo estão associados, respectivamente, em:
A) Integridade territorial — Centralização da administração régia na Corte.
B) Desigualdade social — Concentração da propriedade fundiária no campo.
C) Homogeneidade intelectual — Difusão das ideias liberais nas universidades.
D) Uniformidade cultural — Manutenção da mentalidade escravista nas fazendas.
E) Continuidade espacial — Cooptação dos movimentos separatistas nas províncias.
Solução
A chegada da corte à colônia pode não ter sido o principal fator para a manutenção da unidade territorial, mas foi, sem dúvida, um elemento crucial que contribuiu para o processo de consolidação da unidade, completado na segunda metade do século XIX. A presença da corte e a subsequente independência conferiram legitimidade ao governo sobre o território, desempenhando um papel importante na estabilização e integração nacional.
Alternativa A