TEXTO I
Experimentei algumas vezes que os sentidos eram enganosos, e é de prudência nunca se fiar inteiramente em quem já nos enganou uma vez.
DESCARTES, R. Meditações Metafísicas. São Paulo: Abril Cultural, 1979.
TEXTO II
Sempre que alimentarmos alguma suspeita de que uma ideia esteja sendo empregada sem nenhum significado, precisaremos apenas indagar: de que impressão deriva esta suposta ideia? E se for impossível atribuir-lhe qualquer impressão sensorial, isso servirá para confirmar nossa suspeita.
HUME, D. Uma investigação sobre o entendimento. São Paulo: Unesp, 2004 (adaptado).
Nos textos, ambos os autores se posicionam sobre a natureza do conhecimento humano.
A) comparação dos excertos permite assumir que Descartes e Hume A defendem os sentidos como critério originário para considerar um conhecimento legítimo.
B) entendem que é desnecessário suspeitar do significado de uma ideia na reflexão filosófica e crítica.
C) são legítimos representantes do criticismo quanto à gênese do conhecimento.
D) concordam que conhecimento humano é impossível em relação às ideias e aos sentidos.
E) atribuem diferentes lugares ao papel dos sentidos no processo de obtenção do conhecimento.
Solução
Os autores possuem opiniões divergentes sobre a natureza do conhecimento humano. Para Descartes, os sentidos não são confiáveis e o verdadeiro conhecimento deve basear-se exclusivamente na razão. Em contraste, o filósofo Hume (1711-1776) argumentava que os sentidos são a fonte primária do conhecimento, e que as impressões sensoriais têm uma influência mais imediata e poderosa sobre a mente do que os pensamentos e ideias.
Alternativa E