Para Caio Prado Jr., a formação brasileira se completaria no momento em que fosse superada a nossa herança de inorganicidade social ― o oposto da interligação com objetivos internos ― trazida da colônia. Este momento alto estaria, ou esteve, no futuro. Se passarmos a Sérgio Buarque de Holanda, encontraremos algo análogo. O país será moderno e estará formado quando superar a sua herança portuguesa, rural e autoritária, quando então teríamos um país democrático. Também aqui o ponto de chegada está mais adiante, na dependência das decisões do presente. Celso Furtado, por seu turno, dirá que a nação não se completa enquanto as alavancas do comando, principalmente do econômico, não passarem para dentro do país. Como para os outros dois, a conclusão do processo encontra-se no futuro, que agora parece remoto.
SCHWARZ, R. Os sete fôlegos de um livro. Sequências brasileiras. São Paulo: Cia. das Letras,1999 (adaptado).
Acerca das expectativas quanto à formação do Brasil, a sentença que sintetiza os pontos de vista apresentados no texto é:
A) Brasil, um país que vai pra frente.
B) Brasil, a eterna esperança.
C) Brasil, glória no passado, grandeza no presente.
D) Brasil, terra bela, pátria grande.
E) Brasil, gigante pela própria natureza.
Solução
O texto analisa a visão de diversos autores sobre a formação do Brasil, como Caio Prado Jr., Sérgio Buarque de Holanda e Celso Furtado, que consideram o país como um projeto em andamento. Cada autor acredita que a plena realização da nação só será alcançada quando superarmos desafios históricos e estruturais, como a dependência do capital estrangeiro, o latifúndio e o autoritarismo, que são vistos como legados coloniais persistentes. A perspectiva crítica de Roberto Schwartz reflete uma crença de que, apesar das dificuldades atuais, há esperança e expectativa de que esses problemas possam ser resolvidos no futuro, indicando que o processo de transformação do Brasil está em contínua evolução.
Alternativa B