No tempo da independência do Brasil, circulavam nas classes populares do Recife trovas que faziam alusão à revolta escrava do Haiti:
Marinheiros e caiados
Todos devem se acabar,
Porque só pardos e pretos
O país hão de habitar.
AMARAL, F. P. do. Apud CARVALHO, A. Estudos pernambucanos. Recife: Cultura Acadêmica, 1907.
O período da independência do Brasil registra conflitos raciais, como se depreende
A) dos rumores acerca da revolta escrava do Haiti, que circulavam entre a população escrava e entre os mestiços pobres, alimentando seu desejo por mudanças.
B) da rejeição aos portugueses, brancos, que significava a rejeição à opressão da Metrópole, como ocorreu na Noite das Garrafadas.
C) do apoio que escravos e negros forros deram à monarquia, com a perspectiva de receber sua proteção contra as injustiças do sistema escravista.
D) do repúdio que os escravos trabalhadores dos portos demonstravam contra os marinheiros, porque estes representavam a elite branca opressora.
E) da expulsão de vários líderes negros independentistas, que defendiam a implantação de uma república negra, a exemplo do Haiti.
Solução
A Revolução Haitiana, que começou em 1791, foi um movimento revolucionário liderado por negros na luta pela independência da colônia francesa do Haiti. Em 1804, o Haiti se tornou o primeiro país independente da América Latina, marcando um feito histórico significativo. Sua independência não apenas transformou o país em um símbolo de resistência e libertação, mas também inspirou uma série de movimentos em toda a América que buscavam justiça social e o fim da exploração colonial. Um exemplo notável dessa influência é a Conjuração Baiana de 1798, que refletiu o impacto das ideias de liberdade e igualdade disseminadas pela Revolução Haitiana.
Alternativa A