Domésticas, de Fernando Meirelles e Nando Olival (2001)
Drama de trabalhadoras domésticas na cidade de São Paulo, mostradas a partir do cotidiano de Cida, Roxane, Quitéria, Raimunda e Créo. Uma quer se casar; a outra é casada, mas sonha com um marido melhor; uma sonha em ser artista de novela e a outra acredita que tem por missão na Terra servir a Deus e à sua patroa. Todas têm sonhos distintos, mas vivem a mesma realidade: trabalhar como empregada doméstica. Conduzido com humor (e uma trilha musical dos hits populares do Brasil brega dos anos 1970), o filme de Meirelles e Olival retrata o universo particular dessa categoria de trabalhadoras domésticas. É curioso que, em nenhum momento, aparecem patrões ou patroas. A narrativa de Domésticas se desenvolve segundo a ótica contingente das classes subalternas, dos de baixo, com seus anseios e sonhos, expectativas e frustrações. Não aparecem situações de luta social por direitos, o que sugere que o filme se detém na epiderme da consciência de classe contingente, expressando, desse modo, a fragmentação das perspectivas de vida e trajetórias das domésticas (quase como um destino, como observa na palavra final a doméstica Roxane). Do mesmo modo, ao retratar Zé Pequeno (em Cidade de Deus), Meirelles tratou sua sina de bandido quase como destino. É baseado na peça de teatro de Renata Melo (2005).
Disponível em: www.telacritica.org. Acesso em: 25 ago. 2017 (adaptado)
A sinopse, para convencer o leitor a assistir ao filme Domésticas, lança mão da seguinte estratégia de linguagem:
A) Reflexão sobre a língua utilizada pelas personagens do filme.
B) Avaliação positiva do filme disfarçada de comparação.
C) Referência à mídia cinematográfica.
D) Descrição de cenas do filme.
E) Apelação ao leitor.
Solução
A sinopse avalia positivamente o filme ao destacar aspectos como o humor, a trilha sonora e o enfoque no cotidiano das trabalhadoras domésticas, sem apresentar diretamente uma crítica ou julgamento explícito. Ela compara o filme com outros trabalhos de Fernando Meirelles, como “Cidade de Deus”, ao mencionar o tratamento do destino das personagens, sugerindo uma visão crítica, mas de forma indireta. Essa estratégia é utilizada para atrair o interesse do leitor a assistir ao filme.
Alternativa B