Tiranos de nós mesmos: a servidão voluntária na era da sociedade do desempenho
Byung-Chul Han, no opúsculo Sociedade do cansaço, discute a ascensão de um novo paradigma social, em que a sociedade disciplinar de Foucault é substituída pela sociedade do desempenho. Esse novo modelo social é movido por um imperativo de maximizar a produção. Nós, sujeitos de desempenho, somos constante e sistematicamente pressionados a aperfeiçoar nossa performance e a aumentar nossa produção.
A crença subjacente, segundo Han, é a de que nada é impossível. Nós podemos fazer tudo. Estamos constantemente pressionados por um poder fazer ilimitado. É um excesso de positividade, que se constitui em verdadeira violência neuronal.
E por isso produzimos. Produzimos até a exaustão. E, mesmo cansados, continuamos produzindo. Uma meta é sempre substituída por outra. A tarefa nunca acaba. É frustrante e esgotante. O resultado é uma sociedade que gera fracassados e depressivos, a quem só resta recorrer a medicamentos para continuar produzindo mais eficientemente.
Disponível em: http://justificando.cartacapital.com.br. Acesso em: 24 ago. 2017 (adaptado).
Com base nessa reflexão acerca do livro Sociedade do cansaço, que discute o novo modelo da sociedade do desempenho, o resenhista a
A) conceitua, apresenta seus fundamentos e conclui com suas consequências.
B) fundamenta com argumentos, apresenta sua conclusão e oferece exemplos.
C) descreve, apresenta suas consequências e conclui com sua conceituação.
D) exemplifica, apresenta sua fundamentação e avalia seus resultados.
E) discute, apresenta seu conceito e promove uma discussão.
Solução
O texto resenhista apresenta o conceito da sociedade do desempenho descrito por Byung-Chul Han, explicando os fundamentos que a sustentam, como o “poder fazer ilimitado” e a pressão constante para aumentar a produção. Em seguida, conclui discutindo as consequências desse modelo, como a exaustão e o aumento de fracassados e depressivos.
Alternativa A.