O fim da história
Não creio que o tempo
Venha comprovar
Nem negar que a História
Possa se acabar
Basta ver que um povo
Derruba um czar
Derruba de novo
Quem pôs no lugar
É como se o livro dos tempos pudesse
Ser lido trás pra frente, frente pra trás
Vem a História, escreve um capítulo
Cujo título pode ser “Nunca Mais”
Vem o tempo e elege outra história, que escreve
Outra parte, que se chama “Nunca É Demais”
“Nunca Mais”, “Nunca É Demais”, “Nunca Mais”
“Nunca É Demais”, e assim por diante, tanto faz
Indiferente se o livro é lido
De trás pra frente ou lido de frente pra trás.
GILBERTO GIL. In: Parabolicamará. Rio de Janeiro: WEA, 1991.
Considerando-se o jogo de oposições presente nessa letra de canção, infere-se que a narrativa histórica
A) está sujeita a diferentes interpretações.
B) é construída pela relação causa e efeito.
C) sucede-se em espaços de tempo cíclicos.
D) limita-se a fatos relevantes de um grupo social.
E) desenvolve-se em torno de uma mesma temática.
Solução
A canção de Gilberto Gil reflete a ideia de que a história se repete em ciclos. Isso é evidenciado no trecho que menciona a alternância entre “Nunca Mais” e “Nunca É Demais”, sugerindo uma continuidade cíclica em que eventos e situações se repetem ao longo do tempo, mesmo que sob diferentes formas. O livro da história pode ser lido “de trás pra frente ou de frente pra trás”, indicando que os acontecimentos históricos podem se suceder de maneira cíclica e repetitiva.
Alternativa C