Se você é feito de música, este texto é pra você
Às vezes, no silêncio da noite, eu fico imaginando: que graça teria a vida sem música? Sem ela não há paz, não há beleza. Nos dias de festa e nas madrugadas de pranto, nas trilhas dos filmes e nas corridas no parque, o que seria de nós sem as canções que enfeitam o cotidiano com ritmo e verso? Quem nunca curou uma dor de cotovelo dançando lambada ou terminou de se afundar ouvindo sertanejo sofrência? Quantos já criticaram funk e fecharam a noite descendo até o chão? Tudo bem… Raul nos ensinou que é preferível ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo.
Já somos castigados com o peso das tragédias, o barulho das buzinas, os ruídos dos conflitos. É pau, é pedra, é o fim do caminho. Há uma nuvem de lágrimas sobre os olhos, você está na lanterna dos afogados, o coração despedaçado. Mas, como um sopro, da janela do vizinho, entra o samba que reanima a mente. Floresce do fundo do nosso quintal a batida que ressuscita o ânimo, sintoniza a alegria e equaliza o fôlego. Levanta, sacode a poeira, dá a volta por cima.
BITTAR, L. Disponível em: www.revistabula.com. Acesso em: 21 nov. 2021 (adaptado).
Defendendo a importância da música para o bem-estar e o equilíbrio emocional das pessoas, a autora usa, como recurso persuasivo, a
A) contradição, ao associar o coração despedaçado à alegria.
B) metáfora, ao citar a imagem da metamorfose ambulante.
C) intertextualidade, ao resgatar versos de letras de canções.
D) enumeração, ao mencionar diferentes ritmos musicais.
E) hipérbole, ao falar em “sofrência”, “tragédias” e “afogados”.
Solução
A autora recorre à intertextualidade como recurso persuasivo para destacar a importância da música no bem-estar e equilíbrio emocional, citando trechos de letras icônicas da música brasileira, de compositores como Paulo Vanzolini, Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Peninha, entre outros.
Alternativa C