Eu sentia falta do futuro. É claro que eu sabia, muito mesmo antes da recorrência dele, que nunca envelheceria. Era muito provável que eu nunca mais fosse ver o oceano de uma altura de trinta mil pés de novo, uma distância tão grande que não dá nem para distinguir as ondas, nem nenhum barco, de um jeito que faz o oceano parecer um enorme e infinito monólito. Eu poderia imaginá-lo. Eu poderia me lembrar dele. Mas não poderia vê-lo de novo, e me ocorreu que a ambição voraz dos seres humanos nunca é saciada quando os sonhos são realizados, porque há sempre a sensação de que tudo poderia ter sido feito melhor e ser feito outra vez.
GREEN, J. A culpa é das estrelas. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2012.
O texto apresenta uma reflexão da personagem acerca de um problema característico da filosofia contemporânea, que trata da(s)
A) implicações éticas.
B) finitude humana.
C) limitações da linguagem.
D) pressuposição existencial.
E) objetividade do conhecimento.
Solução
O texto reflete sobre a finitude humana, destacando a ideia de que, mesmo com a realização de sonhos e desejos, os seres humanos nunca estão completamente satisfeitos. A personagem sente a falta do futuro e da possibilidade de reviver experiências passadas, como ver o oceano de uma grande altura, e reflete sobre a constante insatisfação da ambição humana, que nunca se vê completamente saciada, pois sempre existe a sensação de que algo poderia ter sido feito de forma melhor ou de que poderia ser repetido.
Alternativa B