No ano de 1985 aconteceu um acidente muito grave em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, perto da aldeia guarani de Sapukai. Choveu muito e as águas pluviais provocaram deslizamentos de terras das encostas da Serra do Mar, destruindo o Laboratório de Radioecologia da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, construída em 1970 num lugar que os índios tupinambás, há mais de 500 anos, chamavam de Itaorna. O prejuízo foi calculado na época em 8 bilhões de cruzeiros. Os engenheiros responsáveis pela construção da usina nuclear não sabiam que o nome dado pelos índios continha informação sobre a estrutura do solo, minado pelas águas da chuva. Só descobriram que Itaorna, em língua tupinambá, quer dizer ‘pedra podre’, depois do acidente.
FREIRE, J. R. B. Disponível em: www.taquiprati.com.br. Acesso em: 1 ago. 2012 (adaptado).
Considerando-se a história da ocupação na região de Angra dos Reis mencionada no texto, os fenômenos naturais que a atingiram poderiam ter sido previstos e suas consequências minimizadas se
A) o acervo linguístico indígena fosse conhecido e valorizado.
B) as línguas indígenas brasileiras tivessem sido substituídas pela língua geral.
C) o conhecimento acadêmico tivesse sido priorizado pelos engenheiros.
D) a língua tupinambá tivesse palavras adequadas para descrever o solo.
E) o laboratório tivesse sido construído de acordo com as leis ambientais vigentes na época.
Solução
O desconhecimento da língua indígena Tupinambá contribuiu para o acidente em Angra dos Reis em 1985, pois, se o significado de “Itaorna” (pedra podre) fosse conhecido, o local teria sido evitado para construção. Esse fato reflete a desvalorização das línguas e saberes indígenas, que, se levados em conta, poderiam ter prevenido o acidente.
Alternativa A