Um trabalhador em tempo flexível controla o local do trabalho, mas não adquire maior controle sobre o processo em si. A essa altura, vários estudos sugerem que a supervisão do trabalho é muitas vezes maior para os ausentes do escritório do que para os presentes. O trabalho é fisicamente descentralizado e o poder sobre o trabalhador, mais direto.
SENNETT, R. A corrosão do caráter: consequências pessoais do novo capitalismo.
Rio de Janeiro: Record, 1999 (adaptado).
Comparada à organização do trabalho característica do taylorismo e do fordismo, a concepção de tempo analisada no texto pressupõe que
A) as tecnologias de informação sejam usadas para democratizar as relações laborais.
B) as estruturas burocráticas sejam transferidas da empresa para o espaço doméstico.
C) os procedimentos de terceirização sejam aprimorados pela qualificação profissional.
D) as organizações sindicais sejam fortalecidas com a valorização da especialização funcional.
E) os mecanismos de controle sejam deslocados dos processos para os resultados do trabalho.
Solução
No modelo taylorista e fordista, o controle sobre o trabalho era intensamente focado nos processos e procedimentos, com supervisão rigorosa e detalhada dos métodos de produção. No contexto do trabalho flexível descrito por Sennett, há uma mudança significativa: o controle não é mais sobre como o trabalho é feito, mas sobre os resultados finais que são entregues. As tecnologias permitem uma supervisão mais direta dos resultados e das entregas, mesmo que o trabalho seja realizado fora do ambiente tradicional da empresa. Portanto, o controle se desloca dos processos de trabalho para os resultados que o trabalhador produz.
Alternativa E