Completamente analfabeto, ou quase, sem assistência médica, não lendo jornais, nem revistas, nas quais se limita a ver as figuras, o trabalhador rural, a não ser em casos esporádicos, tem o patrão na conta de benfeitor. No plano político, ele luta com o “coronel” e pelo “coronel”. Aí estão os votos de cabresto, que resultam, em grande parte, da nossa organização econômica rural.
LEAL, V. N. Coronelismo, enxada e voto. São Paulo: Alfa-Ômega, 1978 (adaptado).
O coronelismo, fenômeno político da Primeira República (1889-1930), tinha como uma de suas principais características o controle do voto, o que limitava, portanto, o exercício da cidadania. Nesse período, esta prática estava vinculada a uma estrutura social
A) igualitária, com um nível satisfatório de distribuição da renda.
B) estagnada, com uma relativa harmonia entre as classes.
C) tradicional, com a manutenção da escravidão nos engenhos como forma produtiva típica.
D) ditatorial, perturbada por um constante clima de opressão mantido pelo exército e polícia.
E) agrária, marcada pela concentração da terra e do poder político local e regional.
Solução
Durante a Primeira República, o Brasil era majoritariamente um país agrário, dominado por uma estrutura de poder local conhecida como coronelismo. Nesse contexto, grandes fazendeiros, chamados de coronéis, detinham a maior parte das terras e exerciam um controle absoluto sobre suas regiões. Esses coronéis utilizavam práticas como o voto de cabresto para garantir a submissão dos eleitores às suas preferências políticas. Por meio de coerção, influência ou violência, eles forçavam os eleitores a votar em candidatos escolhidos por eles, assegurando assim sua manutenção no poder e a perpetuação de sua autoridade local.
Alternativa E