Na sociedade democrática, as opiniões de cada um não são fortalezas ou castelos para que neles nos encerremos como forma de autoafirmação pessoal. Não só temos de ser capazes de exercer a razão em nossas argumentações, como também devemos desenvolver a capacidade de ser convencidos pelas melhores razões. A partir dessa perspectiva, a verdade buscada é sempre um resultado, não ponto de partida: e essa busca inclui a conversação entre iguais, a polêmica, o debate, a controvérsia.
SAVATER, F. As perguntas da vida. São Paulo: Martins Fontes, 2001 (adaptado).
A ideia de democracia presente no texto, baseada na concepção de Habermas acerca do discurso, defende que a verdade é um(a)
A) alvo objetivo alcançável por cada pessoa, como agente racional autônomo.
B) critério acima dos homens, de acordo com o qual podemos julgar quais opiniões são as melhores.
C) construção da atividade racional de comunicação entre os indivíduos, cujo resultado é um consenso.
D) produto da razão, que todo indivíduo traz latente desde o nascimento, mas que só se firma no processo educativo.
E) resultado que se encontra mais desenvolvido nos espíritos elevados, a quem cabe a tarefa de convencer os outros.
Solução
Segundo Habermas, existem duas formas fundamentais de racionalidade: a racionalidade instrumental, que é técnico-científica, e a racionalidade comunicativa, voltada para questões morais e de conhecimento. Na visão de Habermas, a busca pela verdade não é um processo monológico e puramente individual, mas sim dialógico e coletivo. A verdade é encontrada não em uma reflexão solitária, mas através do debate e da troca de argumentos.
Alternativa C