TEXTO I
A Europa entrou em estado de exceção, personificado por obscuras forças econômicas sem rosto ou localização física conhecida que não prestam contas a ninguém e se espalham pelo globo por meio de milhões de transações diárias no ciberespaço.
ROSSI, C. Nem fim do mundo nem mundo novo. Folha de São Paulo, 11 dez. 2011 (adaptado).
TEXTO II
Estamos imersos numa crise financeira como nunca tínhamos visto desde a Grande Depressão iniciada em 1929 nos Estados Unidos. Entrevista de George Soros.
Disponível em: www.nybooks.com. Acesso em: 17 ago. 2011 (adaptado).
A comparação entre os significados da atual crise econômica e do crash de 1929 oculta a principal diferença entre essas duas crises, pois
A) o crash da Bolsa em 1929 adveio do envolvimento dos EUA na I Guerra Mundial e a atual crise é o resultado dos gastos militares desse país nas guerras do Afeganistão e Iraque.
B) a crise de 1929 ocorreu devido a um quadro de superprodução industrial nos EUA e a atual crise resultou da especulação financeira e da expansão desmedida do crédito bancário.
C) a crise de 1929 foi o resultado da concorrência dos países europeus reconstruídos após a I Guerra e a atual crise se associa à emergência dos BRICS como novos concorrentes econômicos.
D) o crash da Bolsa em 1929 resultou do excesso de proteções ao setor produtivo estadunidense e a atual crise tem origem na internacionalização das empresas e no avanço da política de livre mercado.
E) a crise de 1929 decorreu da política intervencionista norte-americana sobre o sistema de comércio mundial e a atual crise resultou do excesso de regulação do governo desse país sobre o sistema monetário.
Solução
Embora ambas as crises estejam ligadas à especulação do mercado financeiro, elas diferem em suas causas fundamentais. A crise de 1929 foi desencadeada principalmente pelo excesso de produção e pela falta de mercados para escoar os produtos. Em contraste, a crise financeira que afetou os Estados Unidos e a Europa a partir de 2008 surgiu devido à excessiva oferta de crédito bancário, sem uma avaliação adequada da capacidade dos tomadores de honrar esses empréstimos.
Alternativa B