Quando ninguém duvida da existência de um outro mundo, a morte é uma passagem que deve ser celebrada entre parentes e vizinhos. O homem da Idade Média tem a convicção de não desaparecer completamente, esperando a ressurreição. Pois nada se detém e tudo continua na eternidade. A perda contemporânea do sentimento religioso fez da morte uma provação aterrorizante, um trampolim para as trevas e o desconhecido.
DUBY, G. Ano 1000 ano 2000 na pista dos nossos medos. São Paulo: Unesp, 1998 (adaptado).
Ao comparar as maneiras com que as sociedades têm lidado com a morte, o autor considera que houve um processo de
A) mercantilização das crenças religiosas.
B) transformação das representações sociais.
C) disseminação do ateísmo nos países de maioria cristã.
D) diminuição da distância entre saber científico e eclesiástico.
E) amadurecimento da consciência ligada à civilização moderna.
Solução
O texto de Georges Duby revela como as representações sociais da morte mudaram ao longo do tempo. Na Idade Média, a morte era vista como uma transição para a “vida eterna” no cristianismo. Hoje, com a diminuição da religiosidade, a morte é percebida como um mistério desconhecido, gerando medo e insegurança.
Alternativa B