
TEXTO II
Ao ser questionado sobre seu processo de criação de ready-mades, Marcel Duchamp afirmou:
– Isto dependia do objeto; em geral, era preciso tomar cuidado com o seu look. É muito difícil escolher um objeto porque depois de quinze dias você começa a gostar dele ou a detestá-lo. É preciso chegar a qualquer coisa com uma indiferença tal que você não tenha nenhuma emoção estética. A escolha do ready-made é sempre baseada na indiferença visual e, ao mesmo tempo, numa ausência total de bom ou mau gosto.
ABANNE, P. Marcel Duchamp: engenheiro do tempo perdido. São Paulo: Perspectiva, 1987 (adaptado).
Relacionando o texto e a imagem da obra, entende-se que o artista Marcel Duchamp, ao criar os ready-mades, inaugurou um modo de fazer arte que consiste em
A) designar ao artista de vanguarda a tarefa de ser o artífice da arte do século XX.
B) considerar a forma dos objetos como elemento essencial da obra de arte.
C) revitalizar de maneira radical o conceito clássico do belo na arte.
D) criticar os princípios que determinam o que é uma obra de arte.
E) atribuir aos objetos industriais o status de obra de arte.
Solução
Marcel Duchamp, com sua criação dos ready-mades, propôs uma crítica à definição tradicional de arte. Ele escolhia objetos industriais comuns e os apresentava como obras de arte, desafiando a noção de que o valor de uma obra reside em sua estética, habilidade técnica ou emoção que ela provoca. O próprio Duchamp afirmou que o ready-made deveria ser escolhido com “indiferença visual”, sem emoção estética, o que reforça sua crítica à ideia de que a arte precisa necessariamente seguir padrões de bom gosto ou beleza estabelecidos.
Alternativa D