As greves operárias que eclodiram em São Paulo, em junho de 1917, se tornariam o símbolo não só da miséria social vivida pela classe no período, mas também de rebeldia e revolta de mulheres e homens. Naquele momento, as mulheres ocupavam quase 34% da mão de obra, e no setor têxtil o número de empregadas superava o de homens. Na Fábrica de Fósforos Pauliceia, os homens chegavam a receber diárias de 4 mil réis, mas havia lá cem mulheres empregadas que não recebiam mais que 1 800 réis por dia. A manhã de 17 de outubro de 1917 nasceu com uma paralisação numa das fábricas de Matarazzo, a Mariângela. A notícia veiculada informava que as operárias do ramo têxtil reivindicavam aumento de 20% dos salários em atitude pacífica.
FRACCARO, G. C. C. Mulheres, sindicato e organização política nas greves de 1917
em São Paulo. Revista Brasileira de História, n. 76, 2017 (adaptado).
A situação dessas trabalhadoras coloca em evidência a
A) discrepância de escala nos horários noturnos.
B) desigualdade de gênero nas relações laborais.
C) dissimetria de critérios nos processos seletivos.
D) diferença de condições nas negociações sindicais.
E) disparidade de remuneração nos diferentes cargos.
Solução
A situação das trabalhadoras descrita no texto destaca a desigualdade de gênero nas relações laborais. Apesar de as mulheres representarem uma parte significativa da força de trabalho e até superarem os homens em certos setores, como o têxtil, elas recebiam salários muito inferiores. Esse contraste revela a persistente disparidade de remuneração entre homens e mulheres, refletindo a desigualdade de gênero no ambiente de trabalho da época.
Alternativa B