Questão 055 – ENEM PPL 2021

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Nos romances clássicos do século XIX, sobretudo de Balzac ou Jane Austen, a equivalência entre capital e rendimento anual, por intermédio de uma taxa de rendimento de 5% (ou, mais raramente, de 4%), era uma evidência absoluta. Por esse motivo, com frequência os escritores omitiam a natureza do capital e se contentavam em indicar apenas o montante da renda anual produzida. Informavam-nos, por exemplo, que um personagem dispunha de 50 000 francos ou de 2 000 libras esterlinas de renda, sem precisar se eram rendimentos da terra ou de juros sobre a dívida pública. Pouco importava, já que a renda era segura e sistemática nos dois casos, permitindo reproduzir, ao longo do tempo, uma estratificação social conhecida.

PIKETTY, T. O capital no século XXI. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2014 (adaptado).

A equivalência destacada nas obras desses romancistas remete aos seguintes aspectos da dinâmica europeia naquele período:

A) Conflito de classes e movimentos migratórios.

B) Cultura individualista e ampliação do consumo.

C) Desenvolvimento científico e expansão urbana.

D) Modernização produtiva e desconcentração fundiária.

E) Monetarização das trocas e financiamento do Estado.

Solução

Nos romances clássicos do século XIX, como os de Balzac e Jane Austen, era comum a equivalência entre capital e rendimento anual, geralmente calculada com uma taxa fixa de 4% ou 5%. Os autores frequentemente omitiam a origem do capital, focando apenas na renda anual produzida. Essa prática refletia a estabilidade e a previsibilidade dos rendimentos, que ajudavam a manter a estratificação social. Esse fenômeno está relacionado à monetarização das trocas e ao financiamento do Estado, que eram aspectos centrais na dinâmica econômica da Europa da época.

Alternativa E

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