O movimento sedicioso ocorrido na capitania de Pernambuco, no ano 1817, foi analisado de formas diferentes por dois meios de comunicação daquela época. O Correio Braziliense apontou para o fato de ser “a comoção no Brasil motivada por um descontentamento geral, e não por maquinações de alguns indivíduos”. Já a Gazeta do Rio de Janeiro considerou o movimento como um “pontual desvio de norma, apenas uma ‘mancha’ nas ‘páginas da História Portuguesa’, tão distinta pelos testemunhos de amor e respeito que os vassalos desta nação consagram ao seu soberano”.
JANCSÓ, I.; PIMENTA, J. P. Peças de um mosaico. In: MOTA, C. G. (Org.). Viagem Incompleta:
a experiência brasileira (1500-2000). São Paulo: Senac, 2000 (adaptado).
Os fragmentos das matérias jornalísticas sobre o acontecimento, embora com percepções diversas, relacionam-se a um aspecto do processo de independência da colônia luso-americana expresso em dissensões entre
A) quadros dirigentes em torno da abolição da ordem escravocrata.
B) grupos regionais acerca da configuração político–territorial.
C) intelectuais laicos acerca da revogação do domínio eclesiástico.
D) homens livres em torno da extensão do direito de voto.
E) elites locais acerca da ordenação do monopólio fundiário.
Solução
A questão aborda a divergência de interesses entre os diversos grupos da elite durante o processo de independência do Brasil. Em particular, ao examinar a Revolução Pernambucana — um movimento republicano e separatista — é possível observar como os jornais da época refletiam preocupações sobre as configurações políticas e territoriais do país, evidenciando as diferentes opiniões e interesses em jogo.
Alternativa B