A mais profunda objeção que se faz à ideia da criação de uma cidade, como Brasília, é que o seu desenvolvimento não poderá jamais ser natural. É uma objeção muito séria, pois provém de uma concepção de vida fundamental: a de que a atividade social e cultural não pode ser uma construção. Esquecem-se, porém, aqueles que fazem tal crítica, que o Brasil, como praticamente toda a América, é criação do homem ocidental.
PEDROSA, M. Utopia: obra de arte. Vis – Revista do Programa de Pós-graduação em Arte (UnB),
Vol. 5, n. 1, 2006 (adaptado).
As ideias apontadas no texto estão em oposição, porque
A) a cultura dos povos é reduzida a exemplos esquemáticos que não encontram respaldo na história do Brasil ou da América.
B) as cidades, na primeira afirmação, têm um papel mais fraco na vida social, enquanto a América é mostrada como um exemplo a ser evitado.
C) a objeção inicial, de que as cidades não podem ser inventadas, é negada logo em seguida pelo exemplo utópico da colonização da América.
D) a concepção fundamental da primeira afirmação defende a construção de cidades e a segunda mostra, historicamente, que essa estratégia acarretou sérios problemas.
E) a primeira entende que as cidades devem ser organismos vivos, que nascem de forma espontânea, e a segunda mostra que há exemplos históricos que demonstram o contrário.
Solução
O texto sugere que as cidades devem funcionar como organismos vivos, desenvolvendo-se de maneira espontânea e dinâmica. No entanto, essa ideia contrasta com a abordagem tradicional de planejamento e formação das cidades na América.
Alternativa E