O ícone dos conflitos que assolam a região da bacia do Xingu na atualidade é o projeto da hidrelétrica de Belo Monte. Prevista para ser implantada no Médio Xingu, tem a capacidade de gerar, segundo os estudos da Eletronorte, 11 mil megawatts de energia, o que faria dela a segunda maior hidrelétrica do Brasil. Entre adesivos que refletem o teor polêmico do projeto — “Eu quero Belo Monte” e “Fora Belo Monte” —, os moradores de Altamira, cidade polo da região onde a usina deverá ser construída, se dividem.
MARTINHO, N. O coração do Brasil. Horizonte Geográfico, n. 129, jun. 2010 (adaptado).
Na polêmica apresentada, de acordo com a perspectiva dos trabalhadores da região, um argumento favorável e outro contrário à implementação do projeto estão, respectivamente, na
A) urbanização da periferia e valorização dos imóveis rurais.
B) recuperação da autoestima e criação de empregos qualificados.
C) expansão de lavouras e crescimento do assalariamento agrícola.
D) captação de investimentos e expropriação dos posseiros pobres.
E) adoção do preservacionismo e estabelecimento de reservas permanentes.
Solução
A construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte tem gerado impactos ambientais e sociais significativos, afetando irreversivelmente um dos maiores rios do Brasil. As comunidades ao redor estão enfrentando graves consequências, incluindo aumento dos conflitos, deslocamento forçado e ameaças de morte direcionadas principalmente às líderes locais, na sua maioria mulheres. Embora os argumentos favoráveis à construção enfatizem o potencial de geração de energia e a atração de investimentos econômicos, é importante notar que a mudança no curso do rio e a construção da hidrelétrica facilitam também a exploração de recursos minerais subjacentes. Portanto, a captação de investimentos e o deslocamento das comunidades são aspectos que refletem melhor a realidade atual da situação.
Alternativa D
